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| Goleiro Aranha do Santos F.C, Imagem extraída de: Site. |
Sobre
o caso de racismo da torcida do Grêmio: Nada de atípico em uma sociedade que
tapa os olhos para questões de preconceito, onde diz não ter homofobia mas
chama os outros de "viado, sapatona", uma sociedade onde diz não ter
preconceito de gênero mas desqualifica a Presidente da República pelo fato de
ser mulher, uma sociedade que diz não ter preconceito com as classes
socioeconômicas mais baixas mas não gosta de
vê-los frequentando lugares que acreditam ser destinados para a
"elite".
Hoje vou para a aula, provavelmente minha turma não terá 10% de alunos negros (existem algumas que não possuem nenhum), depois irei assistir um show de teatro, com toda a certeza a plateia será dominada por uma "elite branca", logo mais irei para uma festa, onde também tenho a certeza que o número de negros não passará de 10% (descontando obviamente o pessoal da limpeza e do atendimento). Depois de tudo isso eu tenho que ouvir a hipocrisia tupiniquim dizendo que brancos e negros possuem as mesmas oportunidades, tenho que ouvir a besteira que as cotas raciais são um preconceito com quem é branco, tenho que ouvir que o jovem negro que trabalha de servente não vira médico porque não teve esforço e vontade suficiente.
Somos um país racista, os sulistas em geral são ainda mais, falam muito de genocídio, de nazismo, fascismo, mas o Brasil também possui uma das maiores vergonhas mundiais que foi a escravização da população negra por séculos. Está na hora da população se conceder uma carta de alforria para o preconceito. E eu ainda tenho que ouvir que qualquer medida de inclusão racial é injusta porque a população de agora não tem culpa de atos passados e nem possui atitudes racistas, o jogo de Grêmio x Santos mostrou o contrário.
Felipe Matos
Colunista do Mídias
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