Foto de Ser Feliz é Ser Livre. |
Após o período eleitoral aqui no Brasil, o
melhor é celebrar a democracia, aos grandes amigos que optaram por se
manifestar sobre assuntos políticos sem agredirem ao próximo, ao momento
magnífico que escolhi o meu candidato e me encaminhei para votação com
tranquilidade, paz e consciência. Meu sentimento é de: Viva a democracia!
Na madrugada no pré-votação eu assisti um
documentário com a minha namorada, era a Equipe de campo o E-Time da Human
Rights Watch, é claro em ambientes e contextos políticos distintos do Brasil,
era abordado o trabalho dos fiscais dos Direitos Humanos em países sob regimes
ditatoriais e antidemocráticos, falando a verdade esse foi o motivo por
ter ficado muito feliz ao exercer o meu dever cívico pela manhã, mesmo no meu
caso que não tinha minhas bandeiras contempladas nas candidaturas, assim mesmo
eu poderia ajudar a decidir as eleições, na maioria dos países antidemocráticos
isso já seria tudo, afinal, não se tem nenhum direito político.
Na tarde do mesmo dia essa tal felicidade foi
colocada à prova, entenda os motivos e a minha análise sobre as eleições 2014
no Brasil.
No período de eleições fiz a escolha de não
escrever publicamente sobre intenções de voto, o meu círculo de amizade
conhecia a minha opinião e se manteve neste grupo, foi a minha opção, que para
mim significa também ser ético na minha conduta política e histórica, não seria
coerente eu pregar o ensino, a educação e o aprendizado de temas políticos de
forma pedagógica e no contra desses dizeres que eu saísse publicamente opinando
em quem votar ou não votar, a minha ideia é totalmente contrária a este tipo de
formação de opinião, ou melhor, manipulação de opiniões, eu acredito na opinião
política construída ao longo do tempo e não aquela cuspida em cima das eleições.
Muitos veículos de mídias passaram a declarar a indicação de voto ou publicar
falcatruas unilaterais, como se todos os outros concorrentes políticos não
tivessem comprovadas incoerências, isso me assustou demais, afinal, você tem
grupos econômicos tentando eleger políticos, é o capitalismo ensinando a
trabalhar como os feudalistas, realmente nefastos para a coletividade, desta
forma, acabamos sendo marionetes de grupos econômicos, que é claro só pensam no
bem da nação brasileira e não exclusivamente no lucro.
O meu distanciamento em momento de eleições não se
trata de alienação política, mas, uma indicação que na busca da formação do
voto crítico devemos acompanhar os fatos relevantes do país com maior ênfase ao
longo dos anos, não basta no pré-eleições sairmos copiando tudo que é matéria
mesmo sem ter conhecimento real da realidade de outros irmãos da nossa nação,
não basta apenas a nossa realidade, seria suficiente o estudo de diversas
formas e estilos de vida dentro desta coletividade, para assim alcançarmos uma
percepção o mais próximo possível dos nossos irmãos em outras partes do país,
possibilitando entendermos propostas e rebater com coerência e educação.
Em contrapartida ao voto crítico, o que constatei
foi o voto superficial questionando o voto superficial, presenciei o brasileiro
atuando na política como se fosse integrante de uma torcida organizada de time
de futebol, a ideia foi ofender, era proibido apoiar uma boa ideia de mais de
um candidato, era considerado marginal ou burguês se o fizesse, a onda mesmo
foi a dos xingamentos e quando digo onda fazendo uma correlação ao filme “A
ONDA”, evidenciado nas republicações de conteúdos que pregam o ódio via páginas
de mídias sociais e até mesmo em jornais privados, que pasmem trabalham em
concessões públicas de Televisão, é assim a atuação política do brasileiro como
essência, se é contrário é adversário, demonstrando o estilo futebolístico de
se fazer política e audiência, se comemora quando um candidato ganha as
eleições, padrão de atuação política mundialmente deturpada¹, afinal, é
possível dentro do leque de propostas de apenas um candidato ou candidatura
esteja todas as suas bandeiras, será mesmo que não existe uma proposta comum ou
que você concorde no outro, então se o adversário ganhar o seu lado estará ao
relento, esse padrão de comemoração nas pós-eleições não tem nada a ver com
política, mas de privilégios, precisamos evoluir para o voto crítico e não nos
mantermos no voto superficial, a ser considerado mundialmente, pois, política
se faz com conhecimento de causa e não exclusivamente com tomada de partidos.
Quando digo voto superficial é o momento que na
atuação política a arrogância impera, na verdade as opiniões têm a premissa que
são totalmente corretas, tem um visual de maior conhecimento da realidade do
país de que o próximo, quem está no lado oposto necessariamente é inimigo(a),
não existe análise, existe julgamento e assim corroboraram para a arrogância se
tornar o cargo chefe destas eleições, um dos piores exemplos é o atuante
político que ataca unilateralmente, porém, esquece-se das falcatruas dos
outros, sendo o cumulo da incoerência de cabresto e muitas vezes tentando
questionar ou até mesmo ofender outros que votam de mesma forma, afinal, quem
acusa também é incoerente por defender muitas vezes pessoas que nem mesmo se
elegeram e já tem carreiras com graves acusações, ai penso sobre a alienação da
ignorância e estou falando aqui de pessoas de todos os níveis de formações
acadêmicas, pode se entender que o voto superficial questionando o voto
superficial se traduz na incoerência questionando a incoerência.
Tivemos o comportamento semelhante ao de uma
torcida de torcida de futebol, mas consigo trazer outro desserviço a
política nacional e sem dúvidas é o da minoria fascista que via suas bandeiras
dentro de alguma campanha, logo, na primeira oportunidade trocaram o discurso
de meio pela apologia ao discurso de ódio, por um lado conseguimos identificar
com clareza quem realmente estava votando sobre aquele voto de alternância ou
outras desculpas que comumente ouvíamos, quando na verdade era um voto
midiático e acrítico criado para defender bandeiras eugenistas, se discursava
com bandeira de meio, de voto da inteligência, de voto crítico, mas passado a
preliminar partiram para o ataque dos próprios irmãos com a ignorância, está
peculiar dos que atendem mesmo a infelicidade e depressão com descarga na
política, alguns desde o início da campanha eleitoral tentam encerrar o diálogo
para seguir ao combate, prezam mesmo a guerra ao invés do debate, tentam
justificar a incompetência com teorias frustradas pela própria história da
humanidade, como se não bastasse questionar com ofensas o voto do próximo
quando se está votando incoerentemente da mesma forma, ainda assim, acredita
que a liberdade de expressão abrange ofensas tanto diretas como indiretas, se
justificam que o mundo é muito moralista, será mesmo ou o mundo agora sabe
entender textos maliciosos e tendenciosos a ideias preconceituosas, xenofóbicas
ou discriminatórias. Felizmente fico do lado da felicidade e do anti-combate,
favoráveis ao dialogo sem ofensas, dos que acreditam indiscutivelmente na
humanidade, me manter também do lado da educação e assim ensinar as minorias
presas aos desgostos de si próprias a não descarregarem na coletividade suas
incompetências. Desta maneira, sigo buscando o caminho do estudo e diálogo rumo
ao voto crítico, somados a muita vontade e determinação.
¹ Significado de Deturpada: Compreendido ou interpretado erroneamente.
Por Jeferson Nascimento
Idealizador e Colunista Editor do Mídias Populares