A publicação de Documentários & Séries do Mídias Populares segue com o tema México, estamos na segunda matéria, faça a leitura do conteúdo especialmente pesquisado.
Na próxima semana vamos encerrar a Série sobre o México, totalizando 3 publicações sobre a realidade social e política do país da América do Norte.
A Agência Brasil esteve no estado de Guerrero, sudeste do México,
em meio à celebração do Dia dos Mortos (2 de novembro), tradição dos
povos
pré-colombianos da América Central que se baseia na crença de que
os mortos regressam nesta época do ano para estar com seus
parentes. Os vivos levam flores, frutas, pães e doces para as
homenagens, cantam canções e, em alguns casos, dançam. Altares são
construídos
em praças públicas, nas casas e também nos cemitérios. No último
dia 2 de novembro, entretanto, enquanto o país celebrava seus mortos,
pais de
43 jovens desaparecidos em uma única noite, no município de
Iguala, perguntavam pelo paradeiro de seus filhos.
Os questionamentos e as dúvidas, entretanto, não se restringem aos pais dos adolescentes e são feitas por todos os mexicanos que se indignam nas ruas, nas redes sociais e nas marchas que são realizadas desde então no país e no exterior.
Nas rodovias do estado de Guerrero, outdoors oferecem recompensa de um milhão de pesos mexicanos (cerca de US$ 75 mil dólares) para quem revelar os responsáveis pelo desaparecimento dos 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, mesmo depois de o próprio governo mexicano ter admitido no início de novembro (7), seis semanas depois do desaparecimento, que os adolescentes estão mortos.
“Para nós, nossos filhos estão vivos, até que nos mostrem onde estão os corpos e nos revelem toda a verdade”, insistem os pais, em coro. A Agência Brasil foi conhecer a história por trás do desaparecimento dos estudantes. O episódio que mobiliza o México e choca a opinião pública internacional revela um país institucionalmente em crise, profundamente marcado pela corrupção e pelo envolvimento de esferas do poder no crime organizado. O país que, em 2005, intensificou a luta contra o narcotráfico com a ofensiva militar orquestrada pelo ex-presidente Felipe Calderón viu crescer em 600% os casos de violência policial e os desaparecimentos forçados.
A violência transcende o caso dos estudantes e surge em episódios de desaparecimentos e massacres anteriores que, sem punição, alimentam o medo e estabelecem o silêncio como meio de sobreviver. De acordo com dados do governo mexicano, o país tem mais de 22 mil casos de pessoas desaparecidas. Entre os parentes das vítimas, vários preferem se calar e, diante da falta de punição e de investigação dos crimes, deixam de lutar pela condenação dos responsáveis.
“Não há justiça no México. A justiça que espero é a justiça de Deus”, conta Maria Guadalupe Arozco, cujo filho de 32 anos desapareceu em 2010. Testemunhas acusam o Exército do desaparecimento.
Os questionamentos e as dúvidas, entretanto, não se restringem aos pais dos adolescentes e são feitas por todos os mexicanos que se indignam nas ruas, nas redes sociais e nas marchas que são realizadas desde então no país e no exterior.
Nas rodovias do estado de Guerrero, outdoors oferecem recompensa de um milhão de pesos mexicanos (cerca de US$ 75 mil dólares) para quem revelar os responsáveis pelo desaparecimento dos 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, mesmo depois de o próprio governo mexicano ter admitido no início de novembro (7), seis semanas depois do desaparecimento, que os adolescentes estão mortos.
“Para nós, nossos filhos estão vivos, até que nos mostrem onde estão os corpos e nos revelem toda a verdade”, insistem os pais, em coro. A Agência Brasil foi conhecer a história por trás do desaparecimento dos estudantes. O episódio que mobiliza o México e choca a opinião pública internacional revela um país institucionalmente em crise, profundamente marcado pela corrupção e pelo envolvimento de esferas do poder no crime organizado. O país que, em 2005, intensificou a luta contra o narcotráfico com a ofensiva militar orquestrada pelo ex-presidente Felipe Calderón viu crescer em 600% os casos de violência policial e os desaparecimentos forçados.
A violência transcende o caso dos estudantes e surge em episódios de desaparecimentos e massacres anteriores que, sem punição, alimentam o medo e estabelecem o silêncio como meio de sobreviver. De acordo com dados do governo mexicano, o país tem mais de 22 mil casos de pessoas desaparecidas. Entre os parentes das vítimas, vários preferem se calar e, diante da falta de punição e de investigação dos crimes, deixam de lutar pela condenação dos responsáveis.
“Não há justiça no México. A justiça que espero é a justiça de Deus”, conta Maria Guadalupe Arozco, cujo filho de 32 anos desapareceu em 2010. Testemunhas acusam o Exército do desaparecimento.
Isabela Arcaráz, 50 anos, mãe de Bernardo Flórez, 21, um dos estudantes desaparecidos em setembro na cidade de Iguala |
“Quando, enfim, consigo dormir, eu acordo assustada com o meu filho
gritando o meu nome, no escuro. [...]Agora, que tivemos o Dia dos
Mortos, foi uma sensação de desespero ver as oferendas para os que já se
foram, porque não queremos acreditar que nossos filhos morreram. A
gente ainda espera que eles regressem com vida.”
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Ivan Cisnero Flórez, 19 anos, aluno do 2º ano da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, sobrevivente do ataque da polícia em Iguala e testemunha das mortes ocorridas durante a ação |
“Eu mostro meu rosto porque já sei que estou marcado. Esta escola
[Escola Normal Rural de Ayotzinapa] tem sofrido represálias e massacres e
não é a primeira vez. Temos sofrido porque a escola tem se
caracterizado pela formação de uma consciência crítica e qualquer um que
não tenha dinheiro para estudar pode vir a esta escola normal.”
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“Eles [funcionários do Ministério Público] falaram que se foi o Exército
era melhor desistir porque não íamos conseguir nada. Aqui no México a
única Justiça confiável é a que não é terrena. Aqui, confiamos na
Justiça de Deus.”
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“O que estamos vendo no México [a violência desenfreada e a impunidade] é
muito grave e é gerado por alguns setores do Estado mexicano e por
meios de comunicação que culpam as vítimas e alegam que elas são, em
alguma medida, responsáveis pelo que aconteceu.”
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“Nós [jornalistas] conversamos sobre o que publicaremos e nos
restringimos aos fatos sem explicar ou sem ir atrás das razões. Posso
dizer, com toda a certeza, que a autocensura é o que garante a nossa
vida e o que nos protege. Aqui as instituições estão muito envolvidas
com o crime para poder nos proteger.”
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Por Agência Brasil
Reportagem: Leandra Felipe
Edição: Lílian Beraldo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de Oliveira