sábado, 3 de fevereiro de 2024

Violência nossa de cada dia

Pessoas sorrindo e fazendo festas, dentre outras atividades ligadas a alegria coletiva são imagens do brasileiro no mundo. Porém, nos vemos desta forma? até onde nos convencemos em ser esta imagem?


Muitos perguntariam, qual o problema na imagem feliz do brasileiro?


Começando pela última pergunta, é importante a nossa imagem feliz para o mundo, inclusive gera e mantém milhares de empregos no setor do Turismo, sem dúvidas é lucrativa e importante.


Entretanto até onde precisamos nos iludir com a felicidade incondicional, pois é muito comum escutar que o Brasil não é mais desenvolvido por não ter guerra. O que quero demonstrar é que até mesmo quem visualiza que somos um povo violento se seduz com a ideia Turística do cidadão feliz e sorridente. 


Pode até parecer banal, mas em uma análise política vemos consequências claras. Escolhas políticas traduzem muito sobre um determinado país, ou seja, escolher um candidato que prega a violência indica que nós estamos convencidos que a quantidade de violência que utilizamos não seja suficiente, com isto ao invés de buscar outra solução quando uma falha, acabamos por escolher apostar na que falhamos.


Somos um povo violento não se engane pois nossas guerras antecedem a chegada dos portugueses, os índios travavam guerras de forma e socialmente diferente, porém violentas e letais como quaisquer guerras. Com os europeus em nossas terras a violência física e social foi aprimorada, afinal traziam uma vasta experiência em letalidade.


Não se enganem, ao adicionar mais violência física ou social, só permaneceremos sendo um país atrasado. Isto não significa que devemos nos conformar com bandidos ou a bandidagem, sejam quais forem. Ainda assim só aprimorando as nossas instituições e democracia que trilharemos por caminhos políticos mais eficientes e honestos.


Não existem contos de fadas, talvez no setor do Turismo, mas se queremos melhorias não podemos minar as nossas próprias bases, devemos tornar o entendimento comum que o ódio apenas alimenta mais ódio. A nossa história é de violência seja ela física ou social, entretanto, temos a capacidade de escrever um futuro diferente, corroendo as bases de quem patrocina o ódio e violência como método de crescimento do nosso país.


Por Jeferson Nascimento 
Colunista e Editor do Mídias Populares